terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Protocolo de Kyoto já é coisa do passado

Como a China, atualmente o maior poluidor, não tem obrigação de corte de emissões por não ser um país desenvolvido, enquanto que os EUA, segundo maior poluidor, não ratificaram o pacto, e o corte proposto no documento de 5,2%, é insuficiente para evitar o aquecimento de mais de 2% e, finalmente, como vários dos países signatários não cumprem a meta, o protocolo de Kyoto perde sua importância no cenário internacional. Torna-se pálido e sem cor para os novos tempos.


Novos tempos em que o ganhador do Prêmio Novel da Paz (leia-se Barack Obama, Presidente dos EUA), em Oslo, seu discurso, defendia a necessidade de ir à guerra em algumas ocasiões.

Será que a ocasião é econômica ou de preservar a paz? Será que a intervenção bélica no Iraque está na lista dessas ocasiões?

A 15ª. Conferência das Nações Unidas COP-15, que terminou oficialmente dia 19 de dezembro p.p., ficou sem nexo, pois o texto final costurado na noite anterior entre EUA, Brasil, China, Índia e África do Sul foi recusado pelo plenário.

O documento já era considerado insignificante porque não havia metas para os países reduzirem as emissões de gases estufa até 2020. Trazia só um compromisso de impedir a elevação da temperatura em 2º C, sem dizer como seria atingido, ficando a decisão para 2010.

Mas com a volta do Nobel aos EUA, em entrevista coletiva, colocou a Conferência como um sucesso. Para um país que nem mesmo tinha ratificado o acordo e defendia que o aquecimento global não passava de simples balela dos cientistas, realmente foi um “sucesso”.

A econômica americana anêmica e ofuscada pela potência econômica chinesa, ao longo de mais de um quarto de século alimentou o sonho neoliberal: tentaram restringir a influência do Estado em suas competências básicas, ou seja, a promoção da eficiência econômica global e o crescimento, reduzindo ao máximo a burocracia, com a busca desenfreada de lucros. Procuraram ainda privatizar os ativos estatais e a participação do Estado em companhias de grande porte nos principais setores da economia. Mas agora está despertando: o sonho neoliberal está no fim.

O dinheiro altera as relações de poder. Desse modo, os países antes superpotências econômicas, como os EUA, hoje não só estão se tornando dependentes como não são mais independentes. O dinheiro, antes em mão dos países desenvolvidos, hoje também se encontra em outras mãos: seja países desenvolvidos ou não, como a China.

Nos anos 60, 70 e 80, os EUA foram colocados como heróis, promotores da democracia e da liberdade. Os guardiões da paz no mundo.

Com a queda da União Soviética, caíram as referências do que é democracia e do que é totalitarismo (econômico?).

Os mocinhos, ganhadores da 2ª. Grande Guerra Mundial, hoje mostram outra face: a maior econômica do mundo, enquanto tinham o dinheiro, só o usavam para dar atenção a governos que lhe convinham, garantindo assim, seu poder.

Este poder, hoje, está por um fio diante das opiniões públicas mundiais, pois o mocinho, antes herói mundial, está preocupado, como sempre, com seu próprio umbigo, colocando o mundo em perigo com suas atitudes egocêntricas, diante das mudanças climáticas, faltando com seu “heroísmo” antes tão cultuado em todo mundo.



Você conhece a estória do lobo que se veste de vovozinha?